Laços de família

tão simples.. tão comum..tão único...tão real.. tão verdadeiro.. tão amor..
Um dos lados poéticos da minha vida...minha irmã maior ...
...

Na casa da minha mãe haviam duas garotinhas assustadas com medo da vida. E havia um garotinho que pensava que podia voar, e que era era o HE-MAN.

Mas nem sempre foi assim, nos começo, eram apenas uma garotinha e um garotinho que pensava poder voar! Ele voava do altos dos muros sobre as bonecas adormecidas da garotinha! As bonecas iam para o hospital depois..

Hoje vejo que não havia o que temer naquela casa de felicidade.

Quando éramos dois, nascidos de um pai e uma mãe, em nosso doce mundo incompleto havia união num apartamento grande e sem muitos móveis.

Tinha dias que a casa ficava tão grande para nós quatro, que resolvíamos dormir todos juntos no menor quarto da casa. Colocávamos os colchões no chão e essa era a maior segurança que havia no mundo.... E descobrimos o significado de família. Tínhamos tudo que precisávamos!!

Mudamos daquele apartamento para um sobradinho que ficava no final de uma ladeira, nossa casa era a última da rua e do nosso quarto víamos a Imigrantes..

Eu adorava o sons da Imigrantes e ainda achava que a Imigrantes ligava nosso bairro ao mundo , e que se um dia eu entrasse nela, poderia sair em qualquer lugar, depois que cresci descobri que ela,  no máximo, me leva para o Litoral Sul..rsrsrs

Minha escola ficava na esquina de casa. Eu tinha medo de ir sozinha, mas mesmo assim eu ia , porque a mãe mandava, e as garotinhas que são as filhas mais velhas não podem ter medo, ou melhor, até poderiam ter medo, mas teria que enfrentá-los.

O tempo passou, e pouco a pouco, após uma viagem de férias , a barriga da mãe começou a crescer...ficou muito grande, e se mexia muito...lembro de uma vez que ela se mexeu como uma onda no oceano...Mal sabia eu que havia uma garotinha menor lá dentro com boca de maçã, ela devia estar brincando de peixe...., ela sempre gostou muito de ficar na água, e ficávamos olhando admirados eu e o garotinho do meio, mas nunca perguntávamos,e ninguém também falava,  só nos avisaram para escolher nomes de garotinhas...

Um dia acordamos, eu e o "garoto voador do joelho e dedão do pé esfolados que subia em muros e descia a ladeira destemido em seu carrinho de rolemã".

Susto: "Cadê a mãe ? Cadê o pai?

Choro.

Medo. 

Tem alguém na Porta: "Ahh são nossas primas". UFA!!

O anúncio das nossas primas: "Sua mãe foi para o hospital ter sua irmãzinha"

Putz, ai sim fui saber o que era um choro!

Ai sim eu soube que não poderia ter mais medo!

E depois de tudo..Eis que nosso pequeno universo familiar se tornou completo...èramos agora a garotinha maior, o garotinho do meio e a garotinha menor, nascidos de um pai e uma mãe ricos de amor!!!

Priscila Lopes